sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

CAPÍTULO V [DAMNED RESIDENT SON OF BITCH [PART2]

Capitão Selamento enfim percebeu que caminhava sem o auxílio do scanner radar. Com o dispositivo em funcionamento escondeu-se nas sombras ao receber no display a informação de que um guarda se aproximava. Sua intuição dizia que estava no caminho certo. Aguardou que o guarda se aproximasse mais e o imobilizou com notável destreza. O guarda não emitiu nenhum som, tombou em um baque surdo. Selamento escaneou as impressões digitais do guarda. Era hora de avançar mais um nível. Nada no radar e nada na percepção de Chakra. Selamento estava inquieto, uma dúvida o assombrava. Luiza estaria mesmo alí? Megaupload ainda estaria vivo? Selamento desejou não ter que escolher entre os dois. Embora reconhecesse a validade da missão em curso não morria de amores pelo soldado desaparecido.
Com Luiza era diferente. As lágrimas daquele bom homem não saíam da sua memória. O desespero do pai de Luiza por não ter a sua filha por perto o exasperava e fazia sua cabeça latejar. Era para o ninja questão de honra trazer a garota que desapareceu enquanto fazia intercâmbio no Canadá. Todas as pistas levaram a equipe do rato à base da Umbrella Corp. O que estaria sendo feito com essa garota nos sinistros laboratórios da gigante farmacêutica? O que Luiza teria de tão especial para dar nome a um projeto secreto? Selamento checou o scanner e não viu nenhum perigo a vista. Sua determinação o trouxe até aqui, ele precisava das respostas. Atravessou cruzamentos de corredores, bifurcações, o caminho ia se revelando, era um verdadeiro labirinto. Com a ajuda do scanner não houve dificuldades. Enfim chegou ao laboratório. A partir de agora suas perguntas seriam respondidas, ou não. Selamento usou as impressões digitais do guarda abatido e entrou. O que ele viu o deixou ainda mais exasperado.


Cara de Gato estava no limite das suas forças, ainda sofrendo com a intoxicação alimentar via à hora de cair exaurido. Reduziu a velocidade de corrida, andava agora devagar se apoiando na parede, pois não sentia nenhuma presença. Andou até encontrar uma entrada a direita, agora havia uma porta, e ele entrou. Dentro da saleta uma máquina de escrever antiga, alguma tinta nanquin e um baú. Cara de Gato digitou na máquina e salvou seu progresso. Checou o baú e encontrou três sprays verdes de primeiros socorros. Estocados os itens saiu da saleta.

Novamente o ruído da criatura, dessa vez um sibilar.

Cara de Gato virou-se em um só ímpeto e sacou sua espada investindo na direção do som. Só conseguiu cortar o ar. E o ar não revida. Guardou a espada e pôs-se a andar novamente na direção de uma débil luz. Estava cada vez mais fraco.

- Maldito acarajé...

Cara de Gato estava em ação havia cinco anos. Juntando com o tempo de instrução do curso iam-se sete anos como Shinobi de Elite. Já tinha visto muita coisa feia, “estronha”, fora da compreensão comum.

Mas nada como aquilo. Era feio demais.

Embaixo de uma escada de ferro, na penumbra, uma forma de vida hedionda espreitava. Tinha as quatro patas no chão. Sua respiração chiada, o cérebro exposto e a enorme língua posta pra fora não a habilitava para ser um genuíno modelo de beleza. Cara de Gato não avançou, suas pernas não obedeceram, ficou como que hipnotizado pela criatura – que não era nenhuma sereia diga-se mais uma vez, mas que tinha o mesmo poder hipnotizador. Sua pele era de um vermelho descarnado, era úmida, pareciam mais músculos a mostra.

A criatura o fitava. Sua respiração chiada tornou-se ofegante, a língua movia-se agora de forma frenética, tateando o chão a sua frente. A criatura não possuía olhos, Cara de Gato tremeu nas bases. Não era comum para o segundo em comando da ANBU sentir-se assim. Tentou recuar um passo e a criatura contraiu as patas traseiras armando um bote. Cara de Gato pensou rápido, pôs a mão na espada de tétano pronto para rechaçar qualquer ataque do demônio linguarudo.

Cara de Aranha ao adentrar o lado esquerdo da bifurcação nada viu. O corredor era escuro, apertou seus olhos, mas não era possível enchergar o que havia a frente. Torceu para que Cara de Gato tivesse sorte melhor do outro lado. Decidiu então usar um Jutsu de Invocação. (Kuchiyose no Jutsu) Mordeu o dedo, executou os selos necessários para a invocação e estendeu o pergaminho.

- Kuchiyose no Jutsu!

Um coelho sagrado fora invocado. Cara de Aranha decidiu mandar o coelho na frente como seu batedor.

- Vai lá coelho, e me diz o que tem lá na frente.
- O cão é quem vai lá!
- Quem faz isso é o Kakashi, eu não invoco cães. vá logo.
- Quem vai lá é a peste!
- Não, o Restart já saiu de moda, vá logo.
- Quem vai lá é a desgraça!
- Deus é mais! Você deve me obedecer, eu sou seu invocador, tenho poder sobre você!!

Cara de Aranha estava impaciente, estava muito escuro, não havia como saber o que o esperava. O coelho não iria lá, nem o cão, nenhum animal gostaria.

Foi então que um estrondo, semelhante a uma explosão foi ouvido. Vinha do breu do corredor. Cara de Aranha sentiu o Calafrio de Perigo do seu sentido aranha. Som de passos vinham em sua direção. Ele logo se lembrou da máquina de escrever na sala do baú, não havia salvado sua missão.

2012, Mikka all rights reserved.

2 comentários:

  1. Mikka, tá muito massa seu texto! Rachei de rir com a parte do coelho. E o final, quando sai?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito Obrigado Leandro!! Talvez vc goste da Sátira que estou fazendo das Crônicas. "Guerra dos Tímpanos"

      Excluir