Olá a você que acompanha este blog (ou nunca passou perto) Estou voltando a escrever meus B.O'S depois de um longo tempo de missões externas. A pilha foi se acumulando e algo precisava ser feito.
ROBOCOP IS HERE!
Pat Novac e seu Datena Way of Life
Finalmente em 2014, mais precisamente no dia 21 de fevereiro estreou no Brasil o remake/reboot do futuro da justiça americana, é lógico e evidente que eu estou falando do Robocop.
Dividindo opiniões , goste ou não do filme, ele não pode ser ignorado, talvez uma das ocasiões em que a expectativa foi quase totalmente negativa por parte de alguns fãs "Fincados com os pés no passado." (Palavras de Pat Novac) E desconfiança de muitos. Desconfiança em parte pelas fotos de bastidores, todas sem retoques, sem tratamentos, mostrando uma surpreendente armadura preta, "como assim? Robocop preto?" opiniões de terceiros e quartos sobre um tratamento do roteiro. Esse Remake de Robocop foi uma verdadeira novela. Desde 2008 quando foi anunciado o interesse da MGM em reavivar o personagem nos cinemas houveram vários desencontros, cotado para assumir a direção Darren Aronofski (Requiém para um sonho, Cisne negro), pulou logo fora, alegando problemas financeiros do estúdio. Sobrou para o nosso José Padilha a missão de trazer para a atualidade este personagem marco do final dos anos 80.
O Robocop clássico (1987) Foi o primeiro trabalho nos EUA do diretor holandês Paul Verhoeven (Tropas Estelares, Vingador do Futuro) Uma visão cínica e distópica da America Reagan, das guerras corporativas, do capitalismo selvagem e nas palavras do próprio diretor: " Eu queria filmar um Jesus Cristo americano brutalmente assassinado por Satan." O interessante sobre esse filme é que ele antecipou vários elementos tão presentes hoje em dia: Greve da polícia, privatização de serviços importantes, publicidade agressiva, colapso econômico das cidades, presunção da culpa, foram alguns dos temas previstos pelo filme, vale dizer que a Detroit atual por exemplo: está tão decadente quanto no filme.
Nos EUA recebeu censura "R", é quase um pornô. a violência caricata e exagerada serviu muito bem para a proposta de Verhoeven que não iria filmar Robocop, logo de cara ele achou o roteiro de Ed Neumeier e Michael Miner "Bobo e estúpido", Robocop foi salvo pela mesma maneira que Carrie de Stephen King foi salva: A esposa catou do lixo e fez o diretor reconsiderar.
"Vivo ou morto, eu te dirijo"
Verhoeven dirige Peter Weller
Com seu design baseado numa mistura de Gavan (Tokusatsu Japonês), Rom (Obscuro personagem da marvel) e Metropolis (Fritz Lang) A sua armadura já vale parte do filme, eu digo isso porque dos U$$13milhões de dólares que ele custou a Orion Pictures, só U$$1 milhão foi gasto com a roupa do Robô, que levava 12 horas para ser vestida. Peter Weller, o ator que deu vida ao nosso querido ciborgue chegou a pensar em desistir do projeto, após ter jogado fora toda sua preparação de mímica corporal com um especialista, para encarnar um tanque de guerra lento e pesado. Uma via crúcis digna do "Jesus Cristo Americano". Robocop fez sucesso, virou quadrinho da Marvel, da BOOM, da Dynamite, teve duas continuações, duas séries de tv, dois desenhos animados e vários bonequinhos. Uma franquia de Respeito que foi sendo desfigurada a cada mal cálculo de lançamento. (3° filme, séries de TV e animações) Toda essa tranqueira na idéia de que como o Robocop agrada as crianças, ele poderia ser feito para crianças. Nada mais controverso, vista a sua violenta origem.
Eu era um tira assim.
Um tiro de 12 na mão, 4567 pelo corpo e um bala na cabeça depois...
E fiquei assim.
2014
Por que?
27 Anos depois, após recusar dirigir os remakes de Sete Homens e um Destino e Hércules, José Padilha apontou para um cartaz do ciborgue na parede do escritório da MGM onde acontecia a reunião e selou seu destino. Propôs uma visão mais realista, mais filosófica, mais política, e o resultado dividiu opiniões.
Diretriz 1: Escaneamento de geral
O filme é um belo pirulito de pimenta com espinhos para o público americano, o que explica o baixo sucesso na terra da "Ke$ha". O humor está presente de forma sutil, em sua maior parte no telejornal ancorado pelo sempre excelente Samuel L. Jackson, com direito a seus deliciosos "Motherfuckers" e uma demonstração de descaração parcial da mídia. A crítica ao capitalismo voraz está lá, embora não tão profundamente desenvolvida como alguns gostariam o filme propõe muito mais do que se espera de um blockbuster de ficção científica atual. Robocop não é o Homem de Ferro. "Ninguém quer ser o Robocop", enfatizou Padilha. Temos um herói que só se torna herói ao entrar em um pesadelo terrível. Vale dizer que é sensacional o tratamento dado pela equipe de fotografia e efeitos especiais a armadura do Robocop, realmente ele parece um robô, é angustiante a cena em que nós matamos aquela curiosidade antiga sobre quanto de humano ele ainda possui. A ação é muito bem filmada, embora o corte final do filme deixe um gosto de "eu queria mais ação", o filme ganha em desenvolvimento do personagem e de todo o pano de fundo da trama. É basicamente um filme de origem. O destaque vai para o combate contra os ED-209.
"Isso não é uma roupa, é você."
Diretriz 2: A trama
Gary Oldman dá show como o Dr Dennet Norton, responsável pela divisão robótica, especialista em próteses mecânicas do centro de reabilitação da Omni Corp (OCP) Empresa motivadora de todo plot do filme. Seus produtos bélicos fazem sucesso em todo mundo, nenhum soldado americano perderá sua vida enquanto os drones e andróides da empresa, todos eles fabricados na China, lutarem suas guerras. Mas a empresa quer mais, ela quer ser reconhecida (U$$) em sua própria casa, entretanto uma lei no congresso irá impedir os seus planos. E qual a saída para a proibição? O que Raymond Sellars, um Michael Keaton no melhor estilo Steve Jobs fará? Como Alex Murphy irá aceitar sua nova condição? Como se transforma um homem de carne e osso em ligas de titânio e fios?
Caveirão Cop
A intensão desse B.O, não é dar Spoillers ou fazer uma análise crítica ponto a ponto do filme. Talvez instigar você a assistir e tecer suas próprias opiniões.
Obrigado pela Cooperação.
Fim do B.O
