quinta-feira, 18 de outubro de 2012

CAVALEIRO DIMENSIONAL EXTERMINADOR DE INSETOS ESPACIAIS TAYGOM


Prólogo 


Bahia, Brasil, Dias d’ávila, 18 de agosto de 2012

 Era melhor achar alguma coisa. Era melhor que algo aparecesse na nova escavação – e bem depressa, não precisava ser a ossada completa do T-Rex, mas algo que valesse o investimento naquele sítio arqueológico - A equipe já sofria a tensão pela falta de resultados. O estudos do solo e de artefatos encontrados na região indicavam que aquele seria o local exato, não poderiam ter errado. Entretanto a maior descoberta no sítio arqueológico tinha sido cinco camisinhas sabor morango e um exemplar da revista capricho. A civilização pré-indígena-baiana havia deixado vestígios em todo o estado. Moradores das localidades visitadas relatavam acontecimentos fora do comum. Pessoas estavam desaparecendo sem vestígio algum, diversos especialistas em diversas áreas – muitas delas sem embasamento científico – foram chamados para explicar os estranhos fatos. Cada um tinha uma resposta, mas nenhuma convenceu ninguém. Os insetos passaram a aumentar, era possível cavalgar uma formiga dizia o assustado morador de Rodelas do Norte. Enxames de abelhas, nuvens de mosquitos assombravam todo o estado. Tudo isso parecia ter a ver com as pinturas encontradas nas grutas da Chapada Diamantina. César espanou a terra em busca de qualquer evidencia, qualquer artefato relacionado a civilização pré-indígena-baiana, Seu pescoço estava com uma bela gravata de corda e não era lá a peça mais confortável. Os investidores deram o ultimato. Os sítios de Dias D’ávila e região seriam desativados. A não ser que algo acontecesse.

 - TÁ NA MEEEEEESA PESSOAAAAAAAL! -  A hora do almoço era sagrada pra equipe de César. Era o único momento onde a tensão diminuía, Josué, o piadista de plantão, conhecido como Jota berrava a plenos pulmões que as quentinhas haviam chegado. César ignorou o chamado, pela primeira vez resolveu que não almoçaria, gostaria de passar mais tempo naquele ofício, o quanto pudesse antes do fim. Espanou, espanou, o suor caindo nos olhos e ardendo como o inferno.

 - Vamos lá, vamos lá índios do caralho, vocês devem ter guardado um cortador de unhas aqui, pelo menos um seus desgraçados... Em algum lugar...

 Nada além de terra, somente terra. Foi então que a direção do barco do Capitão César pareceu mudar. Um dos rapazes que trabalhavam na área externa havia encontrado algo – na verdade algo o havia encontrado, a julgar o tropeço que ele deu. – O objeto havia sido tirado do chão. César correu para fora da gruta com o coração aos pulos.

 - O que temos aqui?
 - Ainda não sabemos ao certo chefe, parece um...
 - Um BASTÃO?! Um reles BASTÃO?!
 - Mas ele não...

 César estava possesso pela raiva, havia achado que finalmente sua expedição se salvaria. Mas havia sido enganado, o universo zombava dele, aquele bastão empoeirado não significava nada.

 - Nem pra segurar varal essa desgraça serve...

 O bastão não quebrou na perna de César como o ódio dele gostaria, ele tentou ainda mais duas vezes e desistiu jogando-o para longe.

 - Nem pra quebrar de forma dramática essa desgraça serve... Subitamente uma explosão! Árvores foram ao chão e a mata começou a queimar no local onde o bastão fora jogado. César que jazia atordoado achou que alguma banana de dinamite houvesse explodido. Uma figura humanoide veio caminhando em sua direção, vinha de dentro do fogo, como um alienígena que houvesse caído do espaço. César ouvia o estalar dos ossos carbonizados de seus companheiros mortos na explosão, ainda não entendia como tinha sobrevivido. A criatura - que era similar a um homem que tivesse como pai uma barata e um humano - o encarou demoradamente com os olhos vermelhos e enormes de inseto. Inspirou profundamente e um enxame de insetos o cobriu formando uma capa de proteção. César não sabia se deixava as fezes saírem primeiro ou a urina, ou se os dois. Talvez tenha sido a ultima opção mesmo, pois as calças estavam borradas.

 - E eu achando que perder o emprego era ruim... HAHAHAHAHAHAHA

 O desespero traz consigo a loucura. Sua mente estava em frangalhos. A criatura percebeu sua agitação e o agarrou com suas patas, possuía seis. Disse ela: -FNHKLFNALGNAW09HYU0Q39Y50Y{`{ç>^>>>>>`çç{ç{>`>+`çç{::> {>`{“!@!+@(+_#*_%

 - HAHAHAHAHHHAHAHAHAHAHAHAHA – César agora era a tradução da loucura. -

- 0912yu3409mtr0v9mnt509bnm05,2n.5ç;4.6~4y~5]y/[t~t[rçqw[´rl=´-2pio42u95098tb45!!!!!!!!! – A criatura exclamou.

 - KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

 O inteligível dialogo durou pouco tempo, pois a criatura já impaciente terminou a discussão com uma dedada no chicote de César. – o termo dedada trata-se de eufemismo, o “dedo” em questão media aproximadamente 30cm e era espinhento.

 - TUDO BEM! TUDO BEM SENHOR IMPERADOR MURI! EU SEREI O SEU BRAÇO DIREITO NA CONQUISTA DESSE PLANETA! FAREI O QUE O SENHO MANDAR!!!!!! MAS TIRA ISSO DAÍ! Muri o trouxe ao chão com violência, mas da queda o arqueólogo nada sofreu. Chorava aos prantos quando viu que Muri agora pairava no ar. Os sons guturais que emitia eram altíssimos, César levantou a cabeça e com terror viu que Muri lá de cima parecia sorrir.